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    Serra da Ema

    Por José Humberto da Silva Henriques

    Sobre

    Serra da Ema
    Serra da Ema é um livro de contos monumental. Citado pelo próprio autor como um de seus diletos. Esse nome, Serra da Ema, é o cenário para um dos contos. A Serra da Ema fica situada no Alto Paranaíba, faz uma cinta espessa entre o Araxá e Patrocínio. Lugar bonito, de alturas sem enigmas e que hoje está em parte ocupada pela Hidrelétrica de Nova Ponte. Vale a pena ler um livro assim. Fragmento de Serra da Ema: Que esta agonia que me cabe, o querer espesso de uma coisa que nem em mim está, o que nunca me explica um formato de viver. De nascido e criado aqui na mesa da Serra da Ema, de sempre muito novo foi que aprendi a apreciar o vento que principia em oco de julho e assobia mais tenro quando agosto abre o fole. A Serra da Ema tem seu lugar de ser grandeza. O massacre diante das pequenas coisas, num por exemplo, um pau de araticum, um pequizeiro. Fica aquela corcova que ladeia o palmo do horizonte. Toda distância, na gente, em olhos, é capaz que nem seja. Somente embute um soslaio para perda de conclusão. A agonia que me cabe é coisa muito afoita. O descalabro de uma doidura. Nem me compete saber a que vem a gastura. Se nem sei, como é que vou desdizer a planura do que me sabe ao peito. A serra sozinha tem bote de cobra farta, é capaz de me acalmar. No descambando para as partes corridas de céu, no acolá do mundo, já corre o Quebra-Anzol, rio das lajes grandes, da corredeira esperta e florada de ponta de pedra. Onde espicha o passo o dourado e onde raspa em lajedo o ferrão do mandi amarelo. Quebra-Anzol de muitos amores, que uns deles, eu nem nunca tive. Somente balancei num gorgomilo de sonhar. Depois, teve vez que vieram de achar modernice. Fizeram represa. O Quebra-Anzol despejou para todo lado, virou espelho espalhado em cantos e grotas. Todo espigão ficou invadido. Cada vertente onde tinha o baguaçu e a macaúba foi embebida, somente os paus deixando a copa da banda de fora do aguadil. De cima da Serra da Ema fica muito mais fácil se ver a água. Se antes, o Quebra-Anzol corria no centro escondido da angicama, agora estira-se no molde de muita regateira oferenda. O demais da conta. De cima da Serra da Ema tudo pode ser visto com outras dimensões. Que por mim, se fosse somente por minha ação, toda esta agonia que me acena, no-hoje fosse mesmo que eu punha fim. Com ferros é que se lava a honra. Lembro-me do meu irmão Simiano dizer: - Deixa de inventar moda, ó Lindôr, deixa de valentia e vem cuidar da obrigação! Sempre fui assim. De conselho é que Simiano me compunha um momento. Eu nem concordava com tudo que ele dizia. Podia agir de caso conforme, só comigo mesmo. A ânsia que me ousa a desqualificar quem me ofendeu. E, nem sei de tudo o que mais me compete. Cá de cima da Serra da Ema parece que as coisas ficam mais claras. Lá embaixo tudo revela um silêncio muito de madorna. No escutar de um grilo, por exemplo. Tem muito esplendor na cantiga do grilo, a gente nem sabe onde é que ele provém de cantar. Só que quando me trata de saber motes de mulher, aí descontrolo o assunto. Eu sempre fui confuso, me comparando com maritaca no pé de goiaba.
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