Sinergia nos oferece um conjunto de poesias que consegue reunir ingredientes essenciais ao fazer poético: lirismo, sensibilidade, leveza e musicalidade.
Além disso, os poemas destacados na obra traduzem um olhar reflexivo, esperançoso e crítico do poeta acerca do mundo que o rodeia, ao ventilar ângulos do cotidiano do homem contemporâneo em que sobressaem as mazelas e os aspectos mais sublimes do viver.
Quanto à estrutura, os textos apresentam uma linguagem enxuta e precisa, o que revela um estilo que descarta malabarismos poéticos, ao optar pela simplicidade e pelos silêncios que levam à reflexão.
Outro expoente observado, na dimensão formal do texto, diz respeito à disposição dos poemas na folha, o que vem a destacar o cuidado do autor com o sentido que a palavra toma no papel, tendo em vista que o desenho visual dos poemas vem acrescentar e sugerir possibilidades de leitura.
Todos esses aspectos fazem da obra uma gratificante oportunidade para o leitor exercitar o seu olhar, bem como sua sensibilidade estética.
"O amante da poesia não procure nas páginas de 'Sinergia' uma mensagem definitiva; nelas há uma provocação a pensar e sentir o mundo;
são realmente eloquentes 'páginas de silêncio'?.
Quem consegue ver a alma do poeta?
Creusa Rodrigues Pereira*
Tasso, a sua poesia me fez refletir. E como? Até meu cansaço físico foi embora. Tô aqui num silêncio danado (não, minto; há o ar-condicionado e o som da TV, baixinho.)
Há quanto tempo não me emocionava tanto com a poesia...
A sua, poeta, é tão leve, desliza facilmente e fica ao mesmo tempo. É tão curta, mas de uma profundidade e grandeza que toca o âmago do nosso ser: a sensibilidade.
Nem de longe quero ter a pretensão de fazer o que fizeram o prof. Arnaldo Monteiro dos Santos, o prof. Vito Milesi ou o prof. José Geraldo da Costa. Quem sou eu?! Mas uma coisa lhe digo, poeta: me apaixonei por sua poesia.
Um poeta que pensa
Vito Milesi
Quem lê os trinta poemas de ?Sinergia?, ?implicitamente? sente que Tasso Assunção é um poeta que pensa.
É poeta, e o dizemos sem favor nenhum. Ele consegue passar longe do hermetismo absoluto que é puro gosto verbalístico, embora ele mesmo reconheça seu dizer ?aparentemente impenetrável?. Supera o sensualismo plangente e o lugar-comum que, a nosso ver, são defeitos freqüentes nas tentativas literárias de nossa Arte Nativa.
Tasso Assunção é poeta porque vê poeticamente o mundo, e ainda porque os quadros que dipinge têm harmonia, sinceridade e beleza. Vejamos uma pequena amostra:
em Papel em branco: ?e vi o quanto é poética uma página de silêncio?;
em Autoconsciência: ?sou a lembrança de mim mesmo, variações da ilusão?;
em Descaminhos: ?onde estará amanhã o amor já há muito mercadejável??;
em Círculo fechado: ?prisioneiro da imaginação, imagino a liberdade?;
em Rotina: ?e a vida perdeu a vivacidade?;
em Autocrítica: ?esse pensar-pensar, veloz, contínuo, indômito?;
em Contracultura: ?geração tédio, espremida entre prédios?;
em Êxtase: ?quem me dera o orgasmo cósmico dos iluminados?;
em Fantoches: ?artificiais, atônitos, soberbos, servis/o povo sofrido nas festas, nos bares, na vida/tentando esquecer que é infeliz?.
O amante da poesia não procure nas páginas de ?Sinergia? uma mensagem definitiva; nelas há uma provocação a pensar e sentir o mundo; são realmente eloquentes ?páginas de silêncio?.
Que não esmaguem com palavras as entrelinhas
Arnaldo Monteiro
Como sentenciou certa vez Clarice Lispector: ?Mas já que se há de escrever, que ao menos não esmaguem com palavras as entrelinhas?.
É assim que Tasso se mostra ao leitor, levando-o a perscrutar o que não foi (com palavras) dito.
Além disso, os poemas destacados na obra traduzem um olhar reflexivo, esperançoso e crítico do poeta acerca do mundo que o rodeia, ao ventilar ângulos do cotidiano do homem contemporâneo em que sobressaem as mazelas e os aspectos mais sublimes do viver.
Quanto à estrutura, os textos apresentam uma linguagem enxuta e precisa, o que revela um estilo que descarta malabarismos poéticos, ao optar pela simplicidade e pelos silêncios que levam à reflexão.
Outro expoente observado, na dimensão formal do texto, diz respeito à disposição dos poemas na folha, o que vem a destacar o cuidado do autor com o sentido que a palavra toma no papel, tendo em vista que o desenho visual dos poemas vem acrescentar e sugerir possibilidades de leitura.
Todos esses aspectos fazem da obra uma gratificante oportunidade para o leitor exercitar o seu olhar, bem como sua sensibilidade estética.
"O amante da poesia não procure nas páginas de 'Sinergia' uma mensagem definitiva; nelas há uma provocação a pensar e sentir o mundo;
são realmente eloquentes 'páginas de silêncio'?.
Quem consegue ver a alma do poeta?
Creusa Rodrigues Pereira*
Tasso, a sua poesia me fez refletir. E como? Até meu cansaço físico foi embora. Tô aqui num silêncio danado (não, minto; há o ar-condicionado e o som da TV, baixinho.)
Há quanto tempo não me emocionava tanto com a poesia...
A sua, poeta, é tão leve, desliza facilmente e fica ao mesmo tempo. É tão curta, mas de uma profundidade e grandeza que toca o âmago do nosso ser: a sensibilidade.
Nem de longe quero ter a pretensão de fazer o que fizeram o prof. Arnaldo Monteiro dos Santos, o prof. Vito Milesi ou o prof. José Geraldo da Costa. Quem sou eu?! Mas uma coisa lhe digo, poeta: me apaixonei por sua poesia.
Um poeta que pensa
Vito Milesi
Quem lê os trinta poemas de ?Sinergia?, ?implicitamente? sente que Tasso Assunção é um poeta que pensa.
É poeta, e o dizemos sem favor nenhum. Ele consegue passar longe do hermetismo absoluto que é puro gosto verbalístico, embora ele mesmo reconheça seu dizer ?aparentemente impenetrável?. Supera o sensualismo plangente e o lugar-comum que, a nosso ver, são defeitos freqüentes nas tentativas literárias de nossa Arte Nativa.
Tasso Assunção é poeta porque vê poeticamente o mundo, e ainda porque os quadros que dipinge têm harmonia, sinceridade e beleza. Vejamos uma pequena amostra:
em Papel em branco: ?e vi o quanto é poética uma página de silêncio?;
em Autoconsciência: ?sou a lembrança de mim mesmo, variações da ilusão?;
em Descaminhos: ?onde estará amanhã o amor já há muito mercadejável??;
em Círculo fechado: ?prisioneiro da imaginação, imagino a liberdade?;
em Rotina: ?e a vida perdeu a vivacidade?;
em Autocrítica: ?esse pensar-pensar, veloz, contínuo, indômito?;
em Contracultura: ?geração tédio, espremida entre prédios?;
em Êxtase: ?quem me dera o orgasmo cósmico dos iluminados?;
em Fantoches: ?artificiais, atônitos, soberbos, servis/o povo sofrido nas festas, nos bares, na vida/tentando esquecer que é infeliz?.
O amante da poesia não procure nas páginas de ?Sinergia? uma mensagem definitiva; nelas há uma provocação a pensar e sentir o mundo; são realmente eloquentes ?páginas de silêncio?.
Que não esmaguem com palavras as entrelinhas
Arnaldo Monteiro
Como sentenciou certa vez Clarice Lispector: ?Mas já que se há de escrever, que ao menos não esmaguem com palavras as entrelinhas?.
É assim que Tasso se mostra ao leitor, levando-o a perscrutar o que não foi (com palavras) dito.