Sonetos
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Estava a Morte ali, em pé, diante, Sim, diante de mim, como serpente, Que dormisse na estrada e de repente Se erguesse sob os pés do caminhante. Era de vêr a funebre bacchante! Que torvo olhar! que gesto de demente! E eu disse-lhe: «Que buscas, impudente, Loba faminta, pelo mundo errante?» —Não temas, respondeu (e uma ironia Sinistramente estranha, atroz e calma, Lhe torceu cruelmente a bôca fria). Eu não busco o teu corpo… Era um tropheu Glorioso demais… Busco a tua alma— Respondi-lhe: «A minha alma já morreu!»
Muito longe daqui, nem eu sei quando, Nem onde era esse mundo, em que eu vivia… Mas tão longe… que até dizer podia Que emquanto lá andei, andei sonhando… Porque era tudo ali aério e brando, E lucida a existencia amanhecia… E eu… leve como a luz… até que um dia Um vento me tomou, e vim rolando… Cahi e achei-me, de repente, involto Em luta bestial, na arena féra, Onde um bruto furor bramia solto. Senti um monstro em mim nascer nessa hora, E achei-me de improviso feito féra… —É assim que rujo entre leões agora!