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    Tempo de despertar

    Por Oliver Sacks
    Existem 8 citações disponíveis para Tempo de despertar

    Sobre

    Usando uma nova droga, o neurologista Oliver Sacks conseguiu, entre 1969 e 1972, despertar vários pacientes de encefalite letárgica do estado em que viviam desde o fim da Primeira Guerra Mundial, quando ocorreu um surto da chamada "doença do sono".

    Tempo de despertar traz um minucioso relato das vivências desses pós-encefálicos - os labirintos interiores em que viviam, o mundo onírico a que estavam presos, a aflição que sentiam nos raros momentos de vigília -, formando um conjunto único de pequenos dramas. A destreza narrativa do autor já foi comparada com a que transparece nos casos clínicos contados por Freud (celebrizados por sua qualidade literária).

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    Citações de Tempo de despertar

    Somente a dor imensa, a dor longa lenta, sem pressa […] compele-nos a descer às nossas máximas profundezas […]. Duvido que essa dor nos faça “melhores”, mas sei que nos torna mais profundos […]. Por fim, que não deixe de ser dito o que mais importa: desses abismos, dessas enfermidades graves, retornamos renascidos, tendo trocado a casca […], com sentidos mais alegres, com uma segunda e perigosa inocência na alegria, mais infantis e no entanto cem vezes mais perspicazes do que jamais fôramos.

    cérebro do parkinsoniano tinha carência do transmissor dopamina e que, portanto, poderia ser “normalizado” se o nível de dopamina pudesse ser aumentado.

    Nós racionalizamos, distinguimos, fingimos: fingimos que a medicina moderna é uma ciência racional, toda fatos, sem tolices e exatamente o que aparenta ser. Mas basta perfurar seu verniz reluzente que ela se abre por inteiro e nos revela suas raízes e alicerces, seu velho coração misterioso de metafísica, misticismo, magia e mito. A medicina é a mais antiga das artes e a mais antiga das ciências; como não esperar que ela emane dos conhecimentos e sentimentos mais profundos que há em nós?

    uma falta de atenção apropriada às necessidades e sentimentos gerais dos pacientes.

    A força do hábito e a resistência à mudança — poderosas como são em todas as esferas de pensamento — chegam ao auge na medicina, no estudo de nossos mais complexos sofrimentos e distúrbios do ser; pois somos aqui compelidos a investigar minuciosamente as partes mais profundas, sombrias e aterradoras de nós mesmos, as partes que todos se empenham por negar ou não ver. Os pensamentos mais difíceis de compreender ou expressar são aqueles que tocam nossa zona proibida e reacendem em nós as mais intensas negações e as mais profundas intuições.

    Constatamos esta bela e suprema verdade metafísica, enunciada por poetas, médicos e metafísicos de todas as eras — por Leibniz e Donne, por Dante e Freud: Eros é o mais antigo e o mais forte dos deuses; o amor é o alfa e o ômega da existência e o trabalho de curar, de tornar são, é, totalmente, da alçada do amor.

    Nietzsche escreveu: Somente a dor imensa, a dor longa lenta, sem pressa […] compele-nos a descer às nossas máximas profundezas […]. Duvido que essa dor nos faça “melhores”, mas sei que nos torna mais profundos […]. Por fim, que não deixe de ser dito o que mais importa: desses abismos, dessas enfermidades graves, retornamos renascidos, tendo trocado a casca […], com sentidos mais alegres, com uma segunda e perigosa inocência na alegria, mais infantis e no entanto cem vezes mais perspicazes do que jamais fôramos.

    É característico de muitos neurologistas (e pacientes) confundirem intransigência com força e se postarem como Canuto diante do avanço de um mar de problemas, desafiando esse avanço com o poder de sua vontade. Ou, como o dickensiano Podsnaps, eles negam o mar de problemas que se levanta à sua volta: “Não quero saber disso; prefiro não falar a respeito; não admito isso!”. Desafio e negação não têm neste caso a mínima utilidade: pega-se em armas aprendendo a deslocar-se ou navegar em um mar de problemas, tornando-se um navegador nos mares do eu. A “tribulação” lidava com problemas e tempestades; a “acomodação” trata de suportar as tempestades e sobreviver a elas.

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