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    Todo dia é segunda-feira

    Por José Mariano Beltrame
    Existem 15 citações disponíveis para Todo dia é segunda-feira

    Sobre

    DA LISTA DE MAIS VENDIDOS DA REVISTA VEJA.

    José Mariano Beltrame podia ser apenas mais uma presença efêmera na cadeira da Segurança Pública no Rio de Janeiro, afinal nenhum dos seus antecessores durou mais que três anos no cargo. José Mariano podia nunca ter se tornado o secretário Beltrame. Podia ter continuado na Polícia Federal, dedicando a vida a investigar complexos casos de tráfico internacional de drogas pelos quatro cantos do Brasil. Podia nunca ter saído de Santa Maria.

    Mas ele estava trabalhando na Polícia Federal no Rio de Janeiro em 2006, quando a segurança pública passava por mais uma crise sem precedentes. Isso mudaria de forma radical a sua história e a da cidade em que escolheu morar.

    Beltrame aceitou o desafio de assumir a Secretaria de Segurança e se tornou o mais conhecido ? e duradouro ? secretário de um estado marcado pela violência. Neste livro, ele divide experiências e angústias, revela bastidores dos momentos mais tensos no cargo e faz um relato minucioso da reunião que antecedeu a ocupação do Complexo do Alemão, em 2010.

    Além disso, fala sobre o nascimento das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, que acabaram ficando conhecidas até mesmo fora do Brasil. A primeira delas, em 2008, surgiu da certeza de que era necessário desestabilizar o tráfico em seu próprio território. Uma decisão aparentemente simples, cuja implementação nunca tinha dado certo.

    O livro traz as duras batalhas de Beltrame e de sua equipe no combate ao tráfico e às milícias. Relata diversos momentos de ocupações e de como a polícia teve de ser adaptada e aprimorada ao longo do processo. Por outro lado, não se furta a comentar assuntos mais sensíveis, como o futuro das ocupações nas favelas e as críticas à repressão nas recentes manifestações.

    Ao contar sua história, José Mariano se revela um homem de caráter ímpar, com um comprometimento raro com a causa pública, algo a que os brasileiros estão muito pouco acostumados.
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    Citações de Todo dia é segunda-feira

    As polícias são o que são porque, ao redor, as coisas são o que são. A sociedade e as elites reclamam por mais polícia para estancar a febre, mas ninguém tem estômago para debater as causas da infecção.

    Metrópoles tendem a ser vibrantes e caóticas, mas o Rio tem uma peculiaridade: sua permissividade com o crônico desrespeito às regras.

    Estamos numa democracia, e a repressão é uma variável que faz parte da defesa da sociedade.

    Há dezenas de especialistas debruçados sobre as práticas das PMs e pouquíssimos buscando soluções para uma Justiça mais ágil, por leis mais eficientes, por uma recuperação de presos mais adequada.

    Ele alerta sobre o muito que ainda precisa ser feito para que o país enfrente a violência, diminua os erros e crimes policiais, acelere a Justiça e tenha um sistema penal que recupere os presos.

    Notícia para jornal impresso ganha espaço no dia seguinte se for exclusiva ou se informada no fim da tarde; no rádio, temos tempo para explicações, pois raramente somos editados; para a TV, qualquer imagem vale muito mais do que a melhor fala.

    Não achei projeto algum, sequer um relatório. Não encontrei qualquer sinal consistente de que algo estava em curso ou em vias de ser iniciado. Havia apenas planos vagos, que pareciam produzidos para fazer volume em gaveta, sem qualquer acompanhamento, de viabilidade zero, desconectados da realidade.

    Na segurança, como em tantos outros setores, os problemas serão resolvidos se soubermos que “todo dia é segunda-feira”.

    Consistência só dura com uma boa imagem e vice-versa.

    A cidade assistiu à violência crescer como uma chaga e nada fez para detê-la. As favelas se expandiram a olhos vistos, com barracos construídos sobre encostas e córregos, ante a apatia da população, da Justiça e dos governos municipal e estadual. O descaso teve como consequência a insegurança. O caos urbano fertiliza as ações criminosas. Foi desse vácuo legislativo e do poder público que se aproveitaram as quadrilhas para tomar conta da região.

    Se você aceita a pequena transgressão, pode tornar natural uma maior ou até mesmo um crime grave.

    que sabemos que não funciona é esconder notícia ruim. Os resultados podem ser os piores possíveis.

    diálogo é importante e sempre me mostrei aberto a conversas. Mas sei que uma decisão pautada apenas pela política tem grande risco de dar errado.

    As pessoas se opunham às novas ideias por teimosia ou medo de mudar. O pensamento era: o que vou ganhar e o que vai pegar mal se determinada modificação for introduzida? A novidade nem sempre é vista como uma iniciativa louvável de alguém buscando mudar o que se fazia há 200 anos sem resultado.

    Para mim, há dois tipos de reuniões: as ruins e as curtas.

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