"
Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, a litteratura portugueza entrava no seculo em que ia desenvolver a sua maior actividade. A lingua ia inaugurar o seu «periodo de disciplina grammatical». D'ahi a 24 annos ia nascer Camões, o grande epico; d'ahi a cêrca de 40 annos, iam publicar Fernão de Oliveira a sua «Grammatica da Linguagem Portugueza» e João de Barros a sua «Grammatica da Lingua Portugueza».
Emquanto se fazia, na terra conquistada, o trabalho moroso da exploração e do povoamento, no correr do seculo XVI, em Portugal se operava, imitada da Italia, a Renascença da cultura greco-romana. Seculo de ouro da litteratura portugueza, esse seculo foi a grande éra dos Quinhentistas; depois de uma lucta, de pequena duração, entre os cultores do classicismo e os «poetas da medida velha», a Renascença venceu. Camões immortalisou a sua terra e a sua gente, nas estrophes geniaes dos «Lusiadas»; Bernardim Ribeiro, Sã de Miranda, Antonio Ferrefira, Diogo Bernardes, Fernão Alvares do Oriente, Pero de Andrade Caminha reformaram a poesia lyrica, introduziram no paiz a egloga, a elegia, as odes, os villancetes, as canções, os romances, os sonetos, importados da Italia e da Hespanha, generos em que tambem o grande Camões se exercitou e brilhou. (...)"
Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, a litteratura portugueza entrava no seculo em que ia desenvolver a sua maior actividade. A lingua ia inaugurar o seu «periodo de disciplina grammatical». D'ahi a 24 annos ia nascer Camões, o grande epico; d'ahi a cêrca de 40 annos, iam publicar Fernão de Oliveira a sua «Grammatica da Linguagem Portugueza» e João de Barros a sua «Grammatica da Lingua Portugueza».
Emquanto se fazia, na terra conquistada, o trabalho moroso da exploração e do povoamento, no correr do seculo XVI, em Portugal se operava, imitada da Italia, a Renascença da cultura greco-romana. Seculo de ouro da litteratura portugueza, esse seculo foi a grande éra dos Quinhentistas; depois de uma lucta, de pequena duração, entre os cultores do classicismo e os «poetas da medida velha», a Renascença venceu. Camões immortalisou a sua terra e a sua gente, nas estrophes geniaes dos «Lusiadas»; Bernardim Ribeiro, Sã de Miranda, Antonio Ferrefira, Diogo Bernardes, Fernão Alvares do Oriente, Pero de Andrade Caminha reformaram a poesia lyrica, introduziram no paiz a egloga, a elegia, as odes, os villancetes, as canções, os romances, os sonetos, importados da Italia e da Hespanha, generos em que tambem o grande Camões se exercitou e brilhou. (...)"