tudo figura

Diego Petrarca mostra aqui uma poesia que está no caminho de construir uma fala própria. Nesse Tudo figura, Diego é menos reverente às suas conhecidas paixões, como o tropicalismo, o haicai, a poesia marginal, e apresenta poemas que se bastam sozinhos, sem precisar afirmar um parentesco. Realiza bem a tarefa de esquecer, a que se dedica na primeira parte do livro. Já na segunda parte, o poeta resolveu, e conseguiu, ousar. Traz uma série de «transquadras». A forma que desenvolve traz um quinto verso entre parênteses, colocado sempre entre o terceiro e o quarto versos de uma quadra. Esse verso atravessado ora refaz, ora desloca, ora acrescenta sentidos ao que poderia ser lido sem a sua presença.