Este livro levou aproximadamente 35 anos sendo escrito. Tive originalmente a ideia de escrevê-lo aos dezoito anos de idade quando, na época de Natal, passando de ônibus por uma rua do Rio de Janeiro, vi a ornamentação que estava sendo preparada pela Prefeitura para aquele ano. Isso foi num tempo em que se ornamentavam as ruas da cidade e não apenas Shopping Centers como hoje. A ornamentação consistia de anjos de estilo barroco, com longas trombetas em suas bocas, que seriam pendurados em cada poste da velha Avenida 28 de Setembro no Bairro de Vila Isabel. O ano era 1969. Ao passar pela rua, notei que os anjos estavam ainda esperando ser dependurados e se encontravam colocados ao pé de cada poste de iluminação, alguns em posições bizarras.
A imagem daqueles anjos me trouxe à mente um primeiro título para este livro (O Anjo Caído). Depois me dei conta de que “anjo caído” é uma expressão cujo significado é totalmente contrário à minha idéia original e, assim, tempos depois, mudei este título para o que é hoje. É muito importante esclarecer que ao ver os anjos largados no meio da rua foi que me veio uma inspiração repentina com todo o enredo de uma só vez.
Naquele tempo, eu ainda era estudante de segundo grau tentando entrar para a universidade, o que acabei conseguindo. Não sei exatamente como, mas separei algum tempo entre meus estudos para escrever um primeiro esboço do que eu achei que seria um livro dedicado não a crianças muito pequenas, mas a adolescentes e, talvez, também ao público adulto.
Os anos se passaram e a idéia do livro nunca me abandonou.
Não sei bem quando recomecei a reescrever o livro, depois de decorridos muitos anos desde as primeiras linhas. O certo é que talvez eu já tivesse cerca de trinta e poucos anos quando o fiz. Por esse tempo, retomei o trabalho e escrevi mais algumas páginas, todas manuscritas, pois não havia, ou pelo menos eu não dispunha, de computadores naquela época.
Mais uma vez o trabalho parou. Hoje, com cinqüenta e dois anos de idade, fazendo uma limpeza em minha casa, pois meu filho mais velho estava para se casar e mudar-se, reencontrei os manuscritos e, dessa vez, resolvi não mais interromper meu trabalho.
Neste livro eu procuro traduzir de uma forma lúdica meus pensamentos sobre o mundo, a vida, os relacionamentos interpessoais, tudo com a intenção de dizer aos mais jovens como eu vejo as coisas e como é a forma correta de proceder. O que é justo e o que não é.
Não se trata de um livro de ação. Se é que existe ação, ela aparece apenas no início e no fim. O meio é todo repleto de filosofia.
De qualquer forma, aí está. Como eu digo em um trecho do livro, se o que o meu anjo tinha a dizer for proveitoso para ao menos um dos leitores, se ao menos um deles estiver vibrando na mesma freqüência do meu cristal e for capaz de me compreender, creio que meu objetivo já terá sido atingido.
Espero sinceramente que gostem.
Um Anjo em Minha Vida
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