Trata-se de um romance de situações, em que há uma linha mestra narrativa, em 3ª pessoa, ladeada por um feixe plurinarrativo, feito basicamente de comentários de diversos personagens ao longo da trama, comentários estes que fazem referência, de forma direta ou enviesada, oblíqua, ao acontecimento midiático do momento (fim dos
anos noventa) ? o coma improvável e, parecia, insuperável de João Heleno Cavalcanti, testemunha única e único sobrevivente de um massacre em São Paulo, evento que ficara conhecido como ?massacre do metrô?. O que teria havido naquela manhã tão violenta? Enquanto o personagem permanece inconsciente, e sem que houvesse propriamente razões clínicas para tanta ?persistência? (ao menos depois de algum tempo), esta pergunta rola, sustenta-se no ar, persevera, embroma, é repetida de reiteradas maneiras, enquanto a situação é analisada à luz da necessidade imperiosa de os ?centos de comando? (governo, mídia comprometida, a segurança púbica,
malandros de pequena monta e mesmo as estruturas de saúde) comandarem enfim ao seu jeito: fazendo todas as pessoas compartilharem afinal da grande ocultação que eles próprios, centros, proporcionam e que lhes permite, em última instância, predomínio, numa lição que finalmente lhes cabe oferecer e de que podem até se
orgulhar, a ventos livres.
anos noventa) ? o coma improvável e, parecia, insuperável de João Heleno Cavalcanti, testemunha única e único sobrevivente de um massacre em São Paulo, evento que ficara conhecido como ?massacre do metrô?. O que teria havido naquela manhã tão violenta? Enquanto o personagem permanece inconsciente, e sem que houvesse propriamente razões clínicas para tanta ?persistência? (ao menos depois de algum tempo), esta pergunta rola, sustenta-se no ar, persevera, embroma, é repetida de reiteradas maneiras, enquanto a situação é analisada à luz da necessidade imperiosa de os ?centos de comando? (governo, mídia comprometida, a segurança púbica,
malandros de pequena monta e mesmo as estruturas de saúde) comandarem enfim ao seu jeito: fazendo todas as pessoas compartilharem afinal da grande ocultação que eles próprios, centros, proporcionam e que lhes permite, em última instância, predomínio, numa lição que finalmente lhes cabe oferecer e de que podem até se
orgulhar, a ventos livres.