“O rei é a cabeça, o coração, e a alma do reino” ... com esta imagem tríplice, expressa em diversos documentos castelhanos do século XIII, os juristas do rei Afonso X de Castela pretenderam registrar da maneira mais completa possível – através de uma bela imagem que não pôde prescindir da poesia – uma nova representação para o modelo de rei preconizado pelo famoso governante hispânico. Tratava-se, este último, de um rei que postulava para si mesmo o epíteto de ‘sábio’, de um governante que procurava constituir em torno de si uma corte sofisticada particularmente preocupada com a cultura, além de se propor a ser um pacificador social e um mediador dos conflitos internos ao reino. Representante da cristandade na Castela da reconquista, este rei não se recusava a dialogar com os mouros e a absorver a sua cultura, e introduzia na sua prática política a dimensão da ‘diplomacia’, embora não se esquecesse de incluir nas suas representações visuais e verbais a imagem do guerreiro pronto a defender o reino ou os valores cristãos. Unindo todos estes atributos, Afonso X era sobretudo um rei centralizador, que teve de enfrentar no seu percurso político embates contra setores da Igreja e da nobreza que se opunham ao seu projeto centralizador.
Uma Metáfora Tripartida: A imagem da Realeza na Idade Média Ibérica
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