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    Variações sobre o prazer

    Por Rubem Alves
    Existem 12 citações disponíveis para Variações sobre o prazer

    Sobre



    Este livro traz a você, leitor, uma proposta: que tal se o prazer, em todas suas variações, se tornar o objeto de sua vida? Afinal, o Paraíso é a exuberância do prazer. Os poemas da Criação sugerem que Deus criou o universo infinito só para nele plantar um pequeno jardim de delícias. Depois do trabalho de cada dia, diz o poeta, Deus parava, contemplava, sorria e dizia: Ficou muito bom...

    Ao ler as páginas desse livro você se descobrirá caminhando ao lado de santo Agostinho, do revolucionário Marx, do filósofo Nietzsche e da cozinheira Babette. Personagens, reais ou fictícios, que viveram desfrutando o que acreditavam. Eles têm muito a nos inspirar. Deixe-se perder nas páginas desse livro e descubra as diversas variações sobre o prazer.
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    Citações de Variações sobre o prazer

    O importante na conversa são os pensamentos que ela provoca e não as conclusões a que se chega.

    Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.

    “Eu nunca acreditei que a sobrevivência fosse um valor último. A vida, para ser bela, deve estar cercada de vontade, de bondade e de liberdade. Essas são coisas pelas quais vale a pena morrer”.

    A vida é assim: a gente escolhe um caminho na esperança de que ele vá nos conduzir a um lugar de alegria. Tolos, pensamos que a alegria está ao final do caminho. E caminhamos distraídos, sem prestar atenção. Afinal de contas, caminho é só caminho, passagem, não é o ponto de chegada. Com frequência, a gente não chega lá, porque morre antes. Mas há uns poucos que chegam ao lugar sonhado – só para descobrir que a alegria não mora lá. Caminharam sem compreender que a alegria não se encontra ao final, mas às margens do caminho.

    Casca oca: a cigarra cantou-se toda. Bashô

    “Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim…”.

    “Descobri que nada aguça mais a imaginação que estar esperando e desejando alguma coisa, e esse tem sido o meu caso durante os últimos dias. Tenho estado esperando sua carta e, consequentemente, compus um punhado de coisas… Talvez isso seja um eco daquilo que você uma vez me disse, que por vezes eu me pareço com uma criança. De qualquer forma eu repentinamente tive uma inspiração e fiz, de um estalo, trinta pecinhas das quais selecionei doze e lhes dei o nome de Cenas da infância (Kinderszenen)…”

    A consciência da morte nos dá uma maravilhosa lucidez. D. Juan, o bruxo do livro de Carlos Castañeda, Viagem a Ixtlan, advertia seu discípulo: “Essa bem pode ser a sua última batalha sobre a terra”. Sim, bem pode ser. Somente os tolos pensam de outra forma. E se ela pode ser a última batalha, que seja uma batalha que valha a pena. E, com isso, nos libertamos de uma infinidade de coisas tolas e mesquinhas que permitimos se aninhem em nossos pensamentos e coração. Resta então a pergunta: “O que é o essencial?”.

    Albert Camus sonhava com o momento em que ele escrevesse com liberdade total, na orgia anárquica do corpo: “Quando tudo estiver acabado: escrever sem preocupação de ordem. Tudo o que me passar pela cabeça”.39 Ele não teve essa chance. Morreu antes. Eu estou tendo.

    Somente a razão pretende aprender o mundo como totalidade. O corpo só pode lidar com o mundo em pequenos pedaços. É precisamente por isso que ele é sábio. Nietzsche comparou a sabedoria à arte da degustação. Degustar é selecionar, escolher, dizer não, rejeitar. Não é possível provar todas as coisas ao mesmo tempo. Mas

    O essencial é saber ver – Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!), Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender… Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu…69 69 Fernando Pessoa, Obra poética, pp. 217-226.

    O sabor vive onde a visão morre: o contato. Os olhos são amantes apolíneos: sentem-se felizes em contemplar de longe o objeto amado. Mas a boca é dionisíaca: precisa comer o objeto amado…

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