Uma história de amor e mistério num ano de extrema violência pública.Lisboa, 1921. Vivem-se ainda as sequelas da Grande Guerra e os temores causados pela Revolução Russa, mas sente-se sobretudo o descrédito dos políticos, responsáveis por uma crise sem fim à vista que mergulha o País na miséria e acende, por todo o lado, focos de violência. O assunto é tema de conversa em casa do advogado viúvo Eugénio Furtado ? o «palacete» onde reside com as irmãs e a sua bela e encantadora filha Madalena ?, mas também no prédio ao lado, do qual são inquilinos um casal de aristocratas russos refugiados, um velho fidalgo monárquico, uma prima de Eugénio e a famosíssima Elisa, actriz de grande talento mas reputação duvidosa, que organiza continuamente festas e jantares. É num desses serões que Madalena conhece um médico por quem se apaixona; mas, se o namoro poderia, à partida, ter quase tudo para dar certo, uma série de mal- -entendidos e intrigas vem minar a relação dos dois, tal como o cortejo de conflitos e dramas sociais mina a credibilidade do regime, culminando na Noite Sangrenta ? talvez o mais trágico e vergonhoso episódio da nossa história colectiva ? durante a qual desaparece misteriosamente um dos protagonistas do romance. Com um riquíssimo leque de personagens ? republicanos convictos e saudosos do rei, devotos de Fátima e ateus, aristocratas, burgueses e populares ?, Margarida Palma parte do microcosmos de um bairro lisboeta para nos dar conta de como se vivia e amava em Portugal no mais violento período da I República.Margarida Palma nasceu em Lisboa, onde ainda vive, em 1947. Passou a adolescência em Évora. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professora de História no Ensino Secundário durante mais de trinta anos. Publicou em 2007 o romance A Morte do Rei, cuja acção decorre em 1908, ano do regicídio. Veio Depois a Noite Infame é o seu segundo romance.
Veio Depois a Noite Infame
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