VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL, INFÂNCIAS E CORPOREIDADE NA ESCOLA

A cultura corporal não é uma invenção da Educação Física, tampouco a cultura corporal da criança. Visto assim, acreditamos que, acima de tudo e longe do cognitivismo crônico da sala de aula, a criança é o seu próprio corpo: pensante, falante, brincante. Com ou sem a Educação Física na escola, a criança traz para esta realidade a sua cultura corporal, o seu brincar, o seu agir, o seu pensar que, a partir de agora se tornam sujeito deste estudo. Se a escola insiste na decapitação pedagógica da criança, insistimos, nessas poucas linhas, reconduzir cabeça e corpo numa só unidade, num só agir, num só pensar, num só ser. Diante de tantas privações e proibições que a escola pública impõe à criança da periferia, não poderíamos crer, ingenuamente, que ela não reagiria. E reagiu! A criança reage de forma a reafirmar seu corpo, seu pensar, mesmo que isto se apresente de forma violenta, em atitudes desrespeitosas com professores, direção e a própria escola. Fácil seria culpar a criança pelas mazelas do sistema-educacional-medieval-brasileiro. Como se o seu agir violento não fosse um pedido de socorro, um grito desesperado de quem perdeu o seu maior bem ao entrar na escola: o seu corpo. Autores