Vlado

No dia 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi depor no DOI-CODI paulistano e nunca mais voltou. Sua morte, depois de tortura e a repercussão que teve, foi um momento fundamental na abertura e no início da fase final da ditadura militar que controlava o Brasil desde 1964. Essa história real e eletrizante é contada por um dos melhores amigos de Herzog, o consagrado diretor João Batista de Andrade (biografado na Coleção Aplauso), neste roteiro do documentário Vlado, 30 anos Depois (2005). É um verdadeiro registro histórico, com o próprio diretor servindo de repórter e narrador, contando na primeira pessoa toda a situação por que passou. O autor revive os fatos através de depoimentos inéditos de gente importante que nunca antes tomara a palavra dessa maneira. São amigos, familiares, colegas jornalistas (Herzog era, na época, diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo), que relembram os fatos e analisam as consequências, num documentário indispensável para o resgate de memória. Um trabalho ao mesmo tempo muito pessoal e importante. E que também é comovente. Traz depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, dom Paulo Evaristo Arns, rabino Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira. Mais um lançamento da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado, no seu trabalho de resgatar e registrar a história cultural do Brasil.