O Anticristo
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No Cristianismo, nem a moral nem a religião contactam em ponto algum com a realidade. Somente causas imaginárias
Enquanto o sacerdote surgir como um tipo superior de homem, esse negador, caluniador e envenenador da vida por profissão, não haverá resposta para a pergunta: o que é a verdade? Virou-se já a verdade de cabeça para baixo quando o advogado consciente do nada e da negação se considera como o representante da «verdade».
O que é bom? – Tudo o que aumenta no homem o sentimento do poder, a vontade de poder, o próprio poder. O que é mau? – Tudo o que nasce da fraqueza.
O cristianismo é chamado de religião da compaixão. – A compaixão se encontra em oposição aos afetos tônicos que elevam a energia da disposição para viver: ela tem efeito depressivo. Perde-se força quando se é compassivo. Através da compaixão, aumenta e se multiplica ainda mais a perda de força que, em si, o sofrimento já traz à vida.
Enquanto o sacerdote, esse negador, caluniador, envenenador da vida por ofício ainda for considerado uma espécie superior de homem, não haverá resposta à pergunta: o que é a verdade? Já se colocou a verdade de pernas para o ar quando o consciente advogado do nada e da negação é tido por representante da “verdade”…
Fazendo as contas de uma perspectiva psicológica, os “pecados” se tornam imprescindíveis em qualquer sociedade organizada sacerdotalmente: eles são os verdadeiros pontos de apoio do poder, o sacerdote vive dos pecados, ele precisa que se “peque”… Norma suprema: “Deus perdoa quem cumpre penitência” – dito sem rodeios: quem se sujeita ao sacerdote.
O que é mais danoso do que qualquer vício? – A compaixão ativa por todos os malogrados e fracos – o cristianismo…
A compaixão se opõe de um modo geral à lei da evolução, que é a lei da seleção.
Enquanto o padre, esse negador, caluniador e envenenador da vida por profissão for aceito como uma variedade de homem superior, não poderá haver resposta à pergunta: Que é a verdade?
no papel de defensor dos miseráveis, é um agente primário na promoção da decadência-compaixão persuade à extinção…
(1)A verdade já foi posta de cabeça para baixo quando o advogado do nada foi confundido com o representante da verdade.
e todo o cristianismo reduz-se a um nada! –
A própria palavra “cristianismo” é um mal-entendido – no fundo só existiu um cristão, e ele morreu na cruz. 0 “Evangelho” morreu na cruz.
O idealista, exatamente do mesmo modo que o sacerdote, tem nas mãos todos os grandes conceitos (e não apenas nas mãos!), ele os lança com um desprezo benevolente contra o “entendimento”, os “sentidos”, as “honras”, a “vida boa”, a “ciência”, ele vê tais coisas abaixo de si, como se fossem forças danosas e sedutoras acima das quais “o espírito” paira em puro isolamento[9]: como se a humildade, a castidade, a pobreza, em uma palavra, a santidade, não tivessem causado até agora à vida danos indizivelmente maiores que quaisquer horrores e vícios… O espírito puro é a pura mentira… Enquanto o sacerdote, esse negador, caluniador, envenenador da vida por ofício ainda for considerado uma espécie superior de homem, não haverá resposta à pergunta: o que é a verdade? Já se colocou a verdade de pernas para o ar quando o consciente advogado do nada e da negação é tido por representante da “verdade”…
O que destrói mais rapidamente do que trabalhar, pensar, sentir sem uma necessidade interna, sem uma escolha profundamente pessoal, sem prazer? Na condição de autômato do “dever”? Essa é precisamente a receita para a décadence, até para o idiotismo…
Nossos objetos, nossas práticas, nossa maneira calada, cautelosa, desconfiada – tudo lhe parecia inteiramente indigno e desprezível. – No fim das contas, seria justificado perguntar se não foi propriamente um gosto estético que manteve a humanidade em tão prolongada cegueira: ela exigia da verdade um efeito pitoresco, ela exigia igualmente do homem do conhecimento que atuasse com intensidade sobre os sentidos. Nossa modéstia repugnou ao seu gosto durante o mais longo tempo… Oh, como adivinharam isso, esses perus[17] de Deus.
Todos que procurassem por sinais de uma divindade irônica que maneja os cordéis por detrás do grande drama da existência não encontrariam pequena evidência neste estupendo ponto de interrogação chamado cristianismo. A humanidade ajoelha-se exatamente perante a antítese do que era a origem, o significado e a lei dos Evangelhos – santificaram no conceito de “Igreja” justamente o que o “portador da boa-nova” considerava abaixo si, atrás de si – seria vão procurar por um melhor exemplo de ironia histórico- mundial –