A Afilhada
Manuel de Oliveira Paiva, escritor brasileiro (1861-1892)
Este livro apresenta «A Afilhada», de Manuel de Oliveira Paiva.
Índice interativo:
- Apresentação
- A Afilhada
- Novos Mergulhos, E Nova Temporada De Molho E De Movimento. Era Bom Que A Banheira Desse Campo À Natação. Não Sabia Nadar, Mas Com Aquele Pendor De Peixe, Aquela Natureza Instintiva E Rudimentar Nadaria Como As Alimárias, Sem Ensino. Começou A Arrepiar-se. Fartara A Sede De Toda Aquela Pele Crivadinha Invisivelmente De Poros E De Desejos. Saía Demoradamente Da Água E De Uma Carreirinha, Como Se Houvesse Agora Muito Pejo E Vergonha Da Sua Nudez, Foi Acostar-se Ao Cabide, Pondo Os Pés Sobre Um Pequeno Estrado, Puxou A Toalha, Cobriu-se Por Diante, Do Seio Aos Joelhos, Encolhida, Cíngindo-se Com Os Braços, Como Uma Está¬tua De Vénus. Surpresa. Tremia De Gosto, De Propósito, Infantilmente, Com Os Joelhos E Com Os Beiços, A Si Mesma Exagerando O Frio. Saturada De Água. Uma Lesma Arrastava-se Na Parede Úmida, E Uma Rã Fazia Raco-raco Debaixo Do Beiral. Entrou A Escutar Novamente A Música Da Ventania. Es¬premeu Os Cabelos, Enxugou-se O Quanto Pôde, E Encolhidinha, Como Se Lhe Fugira Todo O Calor Orgânico E Sensual, Meteu-se Na Camisa. Então Empertigou-se. Podiam V-la. Não Lobrigavam Mais Que O Roliço Dos Bra¬ços, O Coxim Do Decote, E O Início Das Pernas. Agradável Sensação Per¬correu-a, Quando As Formas Se Acharam Protegidas Pelo Morim Cheiroso A Trevos, Enxutinho E Quente. E Passou A Mão Cariciosamente Pelo Relevo Das Formas. Torceu Os Cabelos Na Toalha, Sacudiu-os, Passou-lhes O Pente.
Manuel de Oliveira Paiva, escritor brasileiro (1861-1892)
Este livro apresenta «A Afilhada», de Manuel de Oliveira Paiva.
Índice interativo:
- Apresentação
- A Afilhada
- Novos Mergulhos, E Nova Temporada De Molho E De Movimento. Era Bom Que A Banheira Desse Campo À Natação. Não Sabia Nadar, Mas Com Aquele Pendor De Peixe, Aquela Natureza Instintiva E Rudimentar Nadaria Como As Alimárias, Sem Ensino. Começou A Arrepiar-se. Fartara A Sede De Toda Aquela Pele Crivadinha Invisivelmente De Poros E De Desejos. Saía Demoradamente Da Água E De Uma Carreirinha, Como Se Houvesse Agora Muito Pejo E Vergonha Da Sua Nudez, Foi Acostar-se Ao Cabide, Pondo Os Pés Sobre Um Pequeno Estrado, Puxou A Toalha, Cobriu-se Por Diante, Do Seio Aos Joelhos, Encolhida, Cíngindo-se Com Os Braços, Como Uma Está¬tua De Vénus. Surpresa. Tremia De Gosto, De Propósito, Infantilmente, Com Os Joelhos E Com Os Beiços, A Si Mesma Exagerando O Frio. Saturada De Água. Uma Lesma Arrastava-se Na Parede Úmida, E Uma Rã Fazia Raco-raco Debaixo Do Beiral. Entrou A Escutar Novamente A Música Da Ventania. Es¬premeu Os Cabelos, Enxugou-se O Quanto Pôde, E Encolhidinha, Como Se Lhe Fugira Todo O Calor Orgânico E Sensual, Meteu-se Na Camisa. Então Empertigou-se. Podiam V-la. Não Lobrigavam Mais Que O Roliço Dos Bra¬ços, O Coxim Do Decote, E O Início Das Pernas. Agradável Sensação Per¬correu-a, Quando As Formas Se Acharam Protegidas Pelo Morim Cheiroso A Trevos, Enxutinho E Quente. E Passou A Mão Cariciosamente Pelo Relevo Das Formas. Torceu Os Cabelos Na Toalha, Sacudiu-os, Passou-lhes O Pente.