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    A CONDIÇÃO HUMANA DESUMANA

    Por CLEBERSON EDUARDO DA COSTA

    Sobre

    (a5, 320 páginas) - ?Para que o homem possa ser capaz de transformar (a sociedade ou a sua condição sócio-existencial) é preciso, antes, que ele seja capaz de transformar-se?.
    Nesse sentido, para poder transformar-se é preciso também poder pensar e, sendo assim, pensar significa ?libertar-se das ideologias que - embrutecendo o pensamento - fazem com que os homens deixem de ser seres racionais, ?homo sapiens? e/ou homo intelectos, e se transmutem em ?homo faber? e/ou animais irracionais, existindo apenas como técnicos e/ou especialistas do saber, alienados para a compreensão simultânea das partes e do todo, culminados num estado de ?animalização? e/ou de uma ?condição humana sócio-existencial inumana, desumana e/ou inautêntica.?
    Para poderem transformar, os homens precisam se libertar de uma ?condição humana inumana e/ou desumana?, há séculos sistematizada, motivada pelos valores Cartesianos, Positivistas, Pragmáticos, construídos estes por meio de símbolos, formas fragmentadas socialização, especializadas de aprendizagem e de inserção no mundo do trabalho, mediante o avanço das ciências, atreladas estas ao desenvolvimento do capitalismo, com suas revoluções industriais.
    Outra dimensão desse processo de irracionalidade instituída e/ou sistematizada, como um valor social nas sociedades capitalistas ocidentais contemporâneas, está, também, dada aquela que é diretamente causada e fomentada pela ?Indústria Cultural?, onde, por meio dela e para ela, são construídos e mantidos os chamados:
    1- ?Espectadores médios?;
    2- ?Leitores médios?;
    3- Indivíduos intelectualmente medianos e/ou medíocres, aos quais são atribuídas também:
    4- Certas ?capacidades mentais médias?, numa espécie de sistematização, fora e dentro das próprias instituições ?educativas? ideológicas de Estado, sintetizadas numa espécie de ?pedagogia da mediocridade?.
    A intrínseca relação entre esses dois processos de irracionalidades sistematizados nessas sociedades capitalistas ocidentais pós-modernas, pode ser entendida como um mecanismo de ?inversão dos processos de captação e/ou apreensão da realidade? pelos sujeitos, nela transformados em objetos, onde o inteligível, através da exigência de interiorização e, numa outra via, de exteriorização, como respostas a fragmentados conceitos simbólicos no campo visual, ficam reduzidos aos estados humanos de:
    1- Copiar e reproduzir;
    2- Aprender somente pensamentos e não de aprender a pensar.
    Ou seja, aqui se postula que, frise-se:
    ?Se o ?homo sapiens? se diferencia dos outros animais ditos inferiores porque possui a capacidade de ?evoluir do sensível para o inteligível?, nessas sociedades, ao contrário, eles estão colocados como:
    1- Seres irracionais;
    2- Simbólicos;
    3- Limitados a apreenderem a realidade de forma fragmentada e/ou fragmentária, por meio da exigência social de respostas:
    4- Aos estímulos visuais e culturais, enquanto consumidores de produtos culturais, também de forma fragmentada e/ou fragmentária.
    Esses fatos talvez expliquem porque as sociedades ocidentais capitalistas contemporâneas estejam sempre mudando, através dos seus processos de ?modernização e/ou industrialização? (obsolescência programada) sem, necessariamente, nesses mesmos processos, de fato, significativamente e/ou estruturalmente também mudarem, uma vez que, nelas, os seres sociais são transformados, por meio de várias instâncias institucionais, como a fábrica, a escola, etc., em seres irracionais. Ou seja, após séculos e/ou décadas de injustiças sociais:
    1- As desigualdades sociais, no Brasil, na África e na América latina, desde os períodos ditos pós-coloniais, só têm aumentado apesar dos ditos desenvolvimentos econômicos, culturais e industriais;
    2- O acesso a uma educação pública, gratuita e de qualidade, nesses países, há séculos e décadas continuam sendo uma grande utopia, assim como a efetiva vontade popular nas decisões políticas, ainda que se tenha incorporado, via Estado, as ideias do sufrágio universal.
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