Em uma das crônicas deste livro, Rubem Alves nos conta sobre um educador que, ao ver um caracol, tem uma inspiração pedagógica e passa a buscar a virtude da vagareza. Afinal, ele conclui, talvez chegar na frente não seja tão importante. Talvez o ir seja mais educativo que o chegar. É essa pedagogia dos caracóis que permeia os textos reunidos nesta coletânea.
Com a sensibilidade e a perspicácia que lhe são características, Rubem Alves faz aqui um apelo pela leveza na educação e pelo respeito ao olhar infantil. Dessa forma, quem sabe possamos transformar os espaços escolares em lugares queridos, onde às crianças seja permitido exercitar o olhar de assombro que têm diante do mundo. Assim, talvez também nós, adultos, possamos recuperar a criança que um dia fomos. Na visão sempre surpreendente de Rubem Alves, o professor, antes de ensinar saberes, tem de provocar o amor, e a escola deve ser um espaço feito de sonhos, onde os alunos aprendam o prazer de ler, escrever e contemplar a natureza. Mas, antes de tudo, é preciso ter coragem para concretizar essa missão de educar.
Em A pedagogia dos caracóis, Rubem Alves nos mostra mais uma vez que é, acima de tudo, um apaixonado pelas crianças e pela educação.
A pedagogia dos caracóis
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