Destinado ao público juvenil e escrito em 1994, Amor, complicado amor é um estudo psicológico do relacionamento entre uma enteada, Valéria, e seu padrasto, Pacífico. A história se passa durante o período do amadurecimento emocional de Valéria, exatamente quando todos os resquícios infantis vão cedendo espaço no mundo emocional da personagem para os sentimentos da maturidade. Esse momento, confuso e difícil de enfrentar, sempre apresenta nuances estranhas no momento em que as fantasias infantis lutam para não ceder espaço aos sentimentos mais realistas da maturidade, provocando incríveis conflitos que podem levar a insuspeitados desfechos ou incríveis e insuspeitos devaneios.
Toda a trama transcorre no seio de uma família traumatizada por dois acontecimentos trágicos, primeiro, a morte abrupta e inesperada, prematura e fatídica do pai e Valéria; depois, a morte de seu irmão, Tito, após seu envolvimento com drogas. Porém, entre esses dois acontecimentos, há um terceiro não menos marcante e importante: o reencontro de Margarida, a mãe de Valéria, com Pacífico, o seu primeiro namorado e sua grande paixão não consumada em virtude da oposição familiar e de acontecimentos políticos em que Pacífico se viu envolvido. Esse reencontro reacendeu a velha paixão e tornou possível a realização, vinte anos depois, de um sonho juvenil até então frustrado. Ora, o casamento de Margarida e Pacífico desencadeia uma sequência de sentimentos antagônicos no seio familiar que ainda mais se complicam com a gravidez de Margarida e a chegada de outro filho, Marcelo. É nesse ambiente que Valéria amadurece para o amor, é nesse ambiente que Tito faz a opção pelas drogas.
É também marcante o retrato de Pacífico, que, enfim, é o mesmo personagem o irônico, ora patético, do romance Pacífico Brasileiro. Personagem de riqueza exemplar diante da sua experiência como perseguido político durante a Ditadura Militar Brasileira, exilado político na própria pátria. No entanto, apesar dessa experiência amarga, Pacífico não perde sua jovialidade nem seu bom humor, o que o torna incompreendido tanto pela esposa quanto pela própria enteada.
No mais, a história se passa num momento importante da História do Brasil, quando o país, ainda procura se reencontrar politicamente depois da amarga experiência de anos de Ditadura Militar e da explosiva necessidade de impedir o primeiro Presidente eleito pelo voto direto.
Claro, como não poderia deixar de ser, o romance mostra todas as ambiguidades éticas, sociais e psicológicas da classe média brasileira. Vazado em linguagem ora ambígua, ora poética, muita vez irônica, mas sempre clara e objetiva, descrevendo de maneira inconfundível aquilo que se vê e deixando todas as pistas para se decifrar o que se esconde atrás das aparências. Enfim, um romance forte na mensagem e na análise da classe média brasileira da época, um pequeno romance que diz muito mais do que está escrito e retratado em sua trama.
Toda a trama transcorre no seio de uma família traumatizada por dois acontecimentos trágicos, primeiro, a morte abrupta e inesperada, prematura e fatídica do pai e Valéria; depois, a morte de seu irmão, Tito, após seu envolvimento com drogas. Porém, entre esses dois acontecimentos, há um terceiro não menos marcante e importante: o reencontro de Margarida, a mãe de Valéria, com Pacífico, o seu primeiro namorado e sua grande paixão não consumada em virtude da oposição familiar e de acontecimentos políticos em que Pacífico se viu envolvido. Esse reencontro reacendeu a velha paixão e tornou possível a realização, vinte anos depois, de um sonho juvenil até então frustrado. Ora, o casamento de Margarida e Pacífico desencadeia uma sequência de sentimentos antagônicos no seio familiar que ainda mais se complicam com a gravidez de Margarida e a chegada de outro filho, Marcelo. É nesse ambiente que Valéria amadurece para o amor, é nesse ambiente que Tito faz a opção pelas drogas.
É também marcante o retrato de Pacífico, que, enfim, é o mesmo personagem o irônico, ora patético, do romance Pacífico Brasileiro. Personagem de riqueza exemplar diante da sua experiência como perseguido político durante a Ditadura Militar Brasileira, exilado político na própria pátria. No entanto, apesar dessa experiência amarga, Pacífico não perde sua jovialidade nem seu bom humor, o que o torna incompreendido tanto pela esposa quanto pela própria enteada.
No mais, a história se passa num momento importante da História do Brasil, quando o país, ainda procura se reencontrar politicamente depois da amarga experiência de anos de Ditadura Militar e da explosiva necessidade de impedir o primeiro Presidente eleito pelo voto direto.
Claro, como não poderia deixar de ser, o romance mostra todas as ambiguidades éticas, sociais e psicológicas da classe média brasileira. Vazado em linguagem ora ambígua, ora poética, muita vez irônica, mas sempre clara e objetiva, descrevendo de maneira inconfundível aquilo que se vê e deixando todas as pistas para se decifrar o que se esconde atrás das aparências. Enfim, um romance forte na mensagem e na análise da classe média brasileira da época, um pequeno romance que diz muito mais do que está escrito e retratado em sua trama.
