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    Ave, palavra

    Por João Guimarães Rosa
    Existem 11 citações disponíveis para Ave, palavra

    Sobre

    A melhor definição de Ave, Palavra é de seu próprio autor, João Guimarães Rosa: trata-se, disse ele, de uma ?miscelânea?. Com isso, quis caracterizar a variedade formal e temática deste livro, fruto de uma colaboração de cerca de vinte anos em revistas e jornais brasileiros, durante o período de 1947 a 1967.

    Reunindo contos, poesias, notas de viagens, trechos de diários, reportagens poéticas, meditações e, ainda,- poemas dramáticos e reflexões filosóficas, este volume nos dá bem a medida da versatilidade do escritor Guimarães Rosa. Temos aqui desde os contos longos até a concisão dos poemas e das observações registradas numa única frase, como aforismos. Em duas ou três palavras, ele mostra que a sua capacidade de síntese é tão grande quanto a sua habilidade em estender-se em minúcias, como ocorre principalmente nas descrições, o que dá à sua prosa um sabor barroco.

    Tematicamente, Ave, Palavra é um dos livros mais variados de Guimarães Rosa. Além dos motivos do sertão e dos vaqueiros, uma constante em sua obra, vamos encontrar histórias que se passam na Europa, flagrantes urbanos ? alguns nitidamente cariocas, outros que se podem situar em qualquer grande cidade ?, e contos que, embora localizados num ambiente de interior, não estão relacionados com a temática sertaneja.

    Acrescentam-se a isso momentos de uma poética concisa, extremamente lúcida, por vezes algo irônica, registrada em poemas e mesmo em certos trechos de prosa.

    Ave, Palavra é uma obra póstuma, e aos textos que o autor já havia deixado prontos foram acrescentados, pelo organizador da edição, Paulo Rónai, outros que Guimarães Rosa havia começado a rever e refundir para o livro, sendo que quatro deles eram totalmente inéditos.

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    Citações de Ave, palavra

    Refresca teu coração. Sofre, sofre, depressa, que é para as alegrias novas poderem vir…

    Amor perdido é amor que não foi achado: não-amor. Não o amor-mor, o mor amor. Mas falso amor, algum engano. O falso-amor é um biombo, o mor-amor é um ribombo.

    Igualavam-se, porém, em gelhas, cãs, murchidão, agruras, como se a velhice tivesse sua própria descor, um odor, uma semelhança: sagradas as feições pela fadiga e gasto, vida cumprida.

    O pensamento é um fútil pássaro. Toda razão é medíocre. Viver é respirar; pensar já é morrer.

    Saudade, sempre   Sem mim me agarro a um tanto de mim não aqui já existente sobre tudo e abismo. Horas são outrora além-de. O muito em mim me faz: som de solidão.

    “Mas, voltar, demora… Sinto que vou sofrer muitos dias, depois muitos dias, depois muitos dias… Sofrer no sangue, sofrer no sonho… Tenho de tremer de sofrimento…”

    Die Liebe ist das Element des Lebens!

    Eu quero a paz, e pago-a, com um fervor de guerra.

    À saída — pura tarde — a gente se deita na relva, sob altos pinheiros. Longínquo, entre frondes, nosso, o céu é um precipício.

    Fazia lua cheia, um luar desses, de todo o ar, o luar estava com tudo. A lua: Ó. O grilo olha para ela. Diz, mão à ilharga, cofiando antenas, o grilinho: — A lua, hem… Saudade de quem?

    Sirimim atravessa uma noite e um luar, muito claros, os vaga-lumes vindos, os curiangos cantando, perto e longe, por cima do mundo inteiro.

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