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    Sagarana: Ed. especial

    Por João Guimarães Rosa
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    Citações de Sagarana: Ed. especial

    Sem desperdício, sem desnorteio, cumpridor de obrigação, aproveitava para encher, mais um trecho, a infinda linguiça da vida.

    Mas, linda, linda como uma alegria chorando, uma alegria judiada, que ficou triste de repente:

    E assim se passaram pelo menos seis ou seis anos e meio, direitinho deste jeito, sem tirar e nem pôr, sem mentira nenhuma, porque esta aqui é uma estória inventada, e não é um caso acontecido, não senhor.

    Mas nada disso vale fala, porque a estória de um burrinho, como a história de um homem grande, é bem dada no resumo de um só dia de sua vida.

    Gostava dela, muito… Mais do que ele mesmo dizia, mais do que ele mesmo sabia, da maneira de que a gente deve gostar.

    Longe dos outros, deixado num extremo, no canto mais escuro e esquerdo do telheiro, Sete-de-Ouros estava. Só e sério. Sem desperdício, sem desnorteio, cumpridor de obrigação, aproveitava para encher, mais um trecho, a infinda linguiça da vida.

    — E a moça, é bonita? — Serve. Só que é meio caolha, seô Major. Mas, agora por último, como o casamento já está marcado, o Badú só pensa nisso, e não quer saber de briga nenhuma.

    Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando… Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito… Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando…

    Contra o dito, sem porquê, bom e melhor que Badú estava como estava, que para córrego cheio mais vale homem muito ébrio, em cima de burro mui lúcido. Progrediam, varando os rolos d’água. —

    Já estou aqui há dois dias. Já revi tudo: pastos, algodão, pastos, milho, pastos, cana, pastos, pastos. E,

    — Não… Não vou e não vou, de jeito nenhum! Para este poldro me tanger dentro d’água no meio do córrego?… O burrinho é beócio… E não vou mesmo! Não sei nadar… — Pois, então, eu fico com você, Manico, para lhe fazer companhia… — Eh, Juca! você não vem? Está com medo também?! — Medo não, companheiro, dobra a língua! Estou meio ruim, resfriado, e não posso molhar mais o corpo!… Vamos voltar, Manico, para caçar um lugar alto, a donde a gente esperar que a sopa seque e que clareie o dia…

    — Maria Irma, sabe de uma coisa? Você gosta do Ramiro e o Ramiro gosta é de você. Apenas… — Há outra coisa também, que você não sabe… — Que é, prima? — É que você é um imbecil, primo!

    E acompanhei-a, namorando-lhe os tornozelos e o donairoso andar de digitígrado. Pelo rego desciam bolas de lã sulfurina: eram os patinhos novos, que decerto tinham matado o tempo, dentro dos ovos, estudando a teoria da natação. E, no pátio, um turbilhão de asas e de bicos revoluteava e se embaralhava, rodeando a preta, que jogava os últimos punhados de milho, r-r-rolando e estalando com a língua: — Prrr-tic-tic-tic!…

    na panela do pobre, tudo é tempero. E, conforme aquele sábio salmão grego de André Maurois: um rio sem margens é o ideal do peixe.

    porque toda fazenda tem o seu bobo, que é, ou um velhote baixote, de barba rara no queixo, ou um eterno rapazola, meio surdo, gago, glabro e alvar. Mas

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