Filosofia da psiquiatria é um movimento internacional que vem ganhando fôlego, especialmente nos países capitalistas centrais, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Espanha, Portugal e França, mas também tem penetração em outros países mais periféricos, como África do Sul e Brasil. E, embora seja tanto uma alternativa para a filosofia, não só em termos de mercado, mas de prestação de serviço à sociedade, como também uma alternativa para a prática assistencial em saúde mental, ela não é um substituto ou concorrente à psiquiatria ou à psicologia. Ao contrário, ela tem se apresentado como um movimento que está ao lado (um lado bastante crítico, convenhamos) da psiquiatria e da psicologia, o que pode ser uma das razões para sua expansão, uma vez que tem havido notável e renovado interesse em trabalhos interdisciplinares envolvendo filosofia e psiquiatria, especialmente na última década. Chegou-se a um ponto de reflexão ontológica e epistemológica dentro da psiquiatria que, sem o refinamento de seu quadro conceitual, para o que a filosofia fornece ferramentas indispensáveis, ela não terá como integrar as informações obtidas com a pesquisa empírica em um corpo teórico coerente e dotado de sentido, ou mesmo como oferecer as bases adequadas a partir das quais a pesquisa empírica possa progredir.
Esse movimento, provavelmente, começou em 1996, sob o tutela de Bill Fulford, quando filósofos, psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde mental passaram a se reunir para debater os fundamentos filosóficos e epistemológicos da prática psiquiátrica, levando-se em conta, especialmente, dois grandes movimentos na área: a antipsiquiatria e as reformas psiquiátricas. No entanto, em muitos aspectos, desde as pesquisas de Phillippe Pinel, esse movimento parece se confundir com a própria história da psiquiatria, como se houvesse um eterno desconforto de fundamento associado a essa especialidade.
Apresentamos, portanto, ao público brasileiro a filosofia da psiquiatria, e junto com ela, a oportunidade de conhecer seu principal método, a Prática Baseada em Valores, em seus fundamentos, técnicas e instrumentos, como uma ferramenta viável à resolução de conflitos axiológicos em ambientes de assistência à saúde mental.
Esse movimento, provavelmente, começou em 1996, sob o tutela de Bill Fulford, quando filósofos, psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde mental passaram a se reunir para debater os fundamentos filosóficos e epistemológicos da prática psiquiátrica, levando-se em conta, especialmente, dois grandes movimentos na área: a antipsiquiatria e as reformas psiquiátricas. No entanto, em muitos aspectos, desde as pesquisas de Phillippe Pinel, esse movimento parece se confundir com a própria história da psiquiatria, como se houvesse um eterno desconforto de fundamento associado a essa especialidade.
Apresentamos, portanto, ao público brasileiro a filosofia da psiquiatria, e junto com ela, a oportunidade de conhecer seu principal método, a Prática Baseada em Valores, em seus fundamentos, técnicas e instrumentos, como uma ferramenta viável à resolução de conflitos axiológicos em ambientes de assistência à saúde mental.