Escrito em 1.988, em Fogo de Letras Mortas, Flávio, o personagem-narrador, brasileiro típico de ascendente classe média, depois de uma desilusão com sua carreira universitária, revê sua história pessoal e de formação. Ao fazer isso, constata que suas ideias filosóficas têm profundos vínculos com a realidade vivida e que cada uma delas corresponde a uma fase determinada de sua vida que, por sua vez, está absolutamente intrincada com certos acontecimentos históricos e políticos. Assim, ao reexaminar sua história pessoal, ao rever seu amadurecimento psicológico e intelectual, Flávio traça verdadeiro painel da vida social e política brasileira de 1.964 a 1.988, ou seja, do Golpe de Estado de 1.964 ao fim da Ditadura Militar com a eleição indireta de Tancredo Neves e posse de seu vice José Sarney. Ocorre que, segundo sua teoria, a Ditadura Militar não se encerra, apenas assume nova roupagem e se transforma em tirania civil. Essa tese demonstrada com veemência pelo personagem-narrador, na época, era de inusitada contundência e constituía um balde de água fria no otimismo e nas ilusões que alimentavam as felizes esperanças no tempo novo que haveria de se iniciar para o Brasil e os brasileiros.
Alguns editores sugeriram ao autor que certas ideias fossem abrandadas ou alteradas. Mas o autor não ousou mexer nos conceitos de Flávio, respeitou a independência de seu personagem. Concordou, porém, que outro personagem, Max, o irmão de Caroline, a anti-heroína do romance, contasse a história sob outra ótica; o resultado foi o romance infanto-juvenil É Proibido Ser Diferente, publicado pela Editora FTD em 1.990 e que, desde então, tem sido sucesso de vendas e vem sendo lido e estudado em muitas escolas brasileiras.
O romance faz um forte e fiel, impiedoso e crítico retrato dos costumes e da ideologia da classe média brasileira, desnudando sua ambígua hipocrisia e é riquíssimo em personagens marcantes e inesquecíveis, como Eva, cuja extrema e profunda sensibilidade desemboca na loucura marcada por lúcida interpretação da realidade; Caroline, a idealista revolucionária que visionariamente abraça o caminho da luta armada para derrubar a ditadura militar e construir um mundo melhor; a estranha Mimar, morena que se julga discriminada pelo preconceito de cor e que, estranhamente, encontra na prostituição o caminho de sua libertação social e pessoal; sem contar um desfile de marcantes personagens menores social e ficcionalmente reais e verdadeiros.
Alguns editores sugeriram ao autor que certas ideias fossem abrandadas ou alteradas. Mas o autor não ousou mexer nos conceitos de Flávio, respeitou a independência de seu personagem. Concordou, porém, que outro personagem, Max, o irmão de Caroline, a anti-heroína do romance, contasse a história sob outra ótica; o resultado foi o romance infanto-juvenil É Proibido Ser Diferente, publicado pela Editora FTD em 1.990 e que, desde então, tem sido sucesso de vendas e vem sendo lido e estudado em muitas escolas brasileiras.
O romance faz um forte e fiel, impiedoso e crítico retrato dos costumes e da ideologia da classe média brasileira, desnudando sua ambígua hipocrisia e é riquíssimo em personagens marcantes e inesquecíveis, como Eva, cuja extrema e profunda sensibilidade desemboca na loucura marcada por lúcida interpretação da realidade; Caroline, a idealista revolucionária que visionariamente abraça o caminho da luta armada para derrubar a ditadura militar e construir um mundo melhor; a estranha Mimar, morena que se julga discriminada pelo preconceito de cor e que, estranhamente, encontra na prostituição o caminho de sua libertação social e pessoal; sem contar um desfile de marcantes personagens menores social e ficcionalmente reais e verdadeiros.