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    O amor de uma boa mulher

    Por Alice Munro
    Existem 5 citações disponíveis para O amor de uma boa mulher

    Sobre

    Em O amor de uma boa mulher - publicado originalmente em 1998 e vencedor, nos Estados Unidos, do National Book Critics Circle Award -, Alice Munro oferece ao leitor mais uma fornada de seus contos de fôlego, marcados pela destreza dos planos cinematográficos e pelo olhar duplo, ao mesmo tempo panorâmico e intimista. A canadense fez das pequenas cidades espalhadas pelo condado de Huron o território privilegiado de sua ficção e detecta nas franjas do meio rural aqueles indivíduos de algum modo deslocados da norma. A velhice, a doença, o transtorno mental ou a simples diferença com relação à maioria pontuam os textos.

    Em Munro, há uma intuição de que a condição feminina se conecta por vários caminhos com a marginalidade. Uma personagem do conto ?Jacarta? sobrevive dando aulas de ballet depois que o marido jornalista supostamente morre num país distante; a protagonista de ?Ilha de Cortes? deseja ser escritora, mas fracassa; Pauline, a jovem mãe de ?As crianças ficam?, tem uma aparência peculiar que a faz ser convidada para interpretar o papel de Eurídice numa montagem teatral amadora, experiência que irá transformar a sua vida.

    Retrocedendo da atualidade à década de 1950, as narrativas flagram um período em que, para as mulheres, o trabalho muitas vezes servia apenas como um intervalo entre o casamento e a chegada do primeiro filho. Na verdade, tratava-se de um hiato particularmente propício ao desconforto, pois aqueles foram os anos que precederam a Revolução Sexual.

    A posição gauche dessas mulheres as aproxima de zonas mentais obscuras, colocando-as em xeque diante da vida social. É como se a precisão do roteiro traçado para os homens se opusesse à precariedade e à deriva dos destinos femininos.

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    Citações de O amor de uma boa mulher

    No pequeno prado entre a casa e a margem do rio criavam-se vacas. Ela podia ouvi-las mastigando ruidosamente e esbarrando umas nas outras enquanto pastavam durante a noite. Pensava naqueles vultos enormes e gentis em meio às ervas olorosas, chicórias e capins floridos, e pensava: “Que boa vida levam as vacas!”. Terminam, é verdade, no matadouro. O desfecho é um desastre.

    Há pessoas que levam a decência e o otimismo sempre com elas, que dão a impressão de limpar a atmosfera nos lugares em que estão.

    Terei sempre de assumir uma atitude de superioridade arrogante? Ostentar minhas perdas em troca da satisfação moral, do fato de estar acima, de ter razão?

    Não se podia dizer que houvessem escolhido as vidas erradas ou que tivessem feito algo a contragosto, e nem mesmo que não compreendessem as escolhas feitas. Talvez apenas não tivessem compreendido como o tempo passaria e os deixaria um pouco menores, e não maiores, do que costumavam ser.

    Tratava-se de uma família que aceitava encargos de um tipo ou de outro com menos rebuliço do que aceitava as mudanças do tempo.

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