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    O velho que acordou menino

    Por Rubem Alves
    Existem 8 citações disponíveis para O velho que acordou menino

    Sobre

    Eu sou um contador de estórias. Neste livro estão estórias da minha infância, nas Minas Gerais. Muitas delas eu não vivi. Eu as ouvi, contadas por outros. E pelo ouvido tornaram-se minhas. Por que haveria alguém de se interessar pelas estórias de um velho? Porque todos fomos crianças. Todos andamos pelos mesmos lugares. Para Bernardo Soares, arte é comunicar aos outros nossa identidade íntima com eles. As almas são iguais. É o que torna possível a comunicação. Alguém disse que a palavra “queijo” só tem sentido para alguém que já comeu queijo. Não é possível comunicar o gosto e o cheiro do queijo a quem nunca comeu um. A literatura é possível porque todos já comemos queijo. Todas as nossas infâncias são variações sobre os mesmos temas. As memórias de um outro fazem ressoar, naquele que as lê, o seu próprio passado adormecido. Assim, não se trata de um encontro com as memórias de um outro, diferentes das minhas. Trata-se de um reencontro com o meu próprio passado. Se isso não acontecesse, o texto escrito seria um texto morto. Murilo Mendes nos lembra que todos os textos são feitos com pedaços do escritor. Acho que isso é verdadeiro no caso dessas minhas memórias. Posso então dizer que são o meu sangue, o meu corpo. Peço, portanto, aos meus leitores, que me leiam antropofagicamente... É a antropofagia que nos torna iguais. Antropofagia é eucaristia...
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    Citações de O velho que acordou menino

    Empunhava sua vara de condão e minhas dores se transformavam em risos.

    Criança não tem esperança. Não precisa. Se alegra no presente. Criança está fora do tempo. Mora na eternidade. Na eternidade não há tempo, não há passado, não há futuro, só o presente. Criança vive o momento. Eu só vivia o presente.

    Como disse Veblen, os homens não compram utilidades. Eles compram símbolos.

    Quando jogamos conversa fora voltamos a ser crianças: sopramos bolhas com palavras, bolhas que serão logo esquecidas.

    A história acontece no tempo que aconteceu e não acontece mais. A estória mora no tempo que não aconteceu para que aconteça sempre.

    antigamente é um tempo que se foi, mas que se recusa a ir de vez e fica dentro da gente, atormentando o coração com saudade.

    “Naqueles tempos”, sem jornal e sem telefone, um dos mais importantes veículos de comunicação de cultura eram os mascates sírio-libaneses.

    “Amo os grandes rios, pois são profundos como a alma dos homens. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como os sofrimentos dos homens. Amo ainda mais uma coisa de nossos grandes rios: sua eternidade. Sim, rio é uma palavra mágica para conjugar eternidade…”

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