Escrito em 1993, Pacífico Brasileiro se constitui num painel da história política e social brasileira no período de 1.945 a 1993. O narrador Pacífico, ora lírico, ora amargo, relembra sua história pessoal e familiar, ambas profundamente marcadas por acontecimentos históricos que se constituem na linha de tempo do romance que retrata com bastante fidelidade usos e costumes de um Brasil que sofria grandes e rápidas transformações econômicas ao lado de pequenas e lentas mudanças comportamentais da classe média conservadora que, em movimentos pendulares, mais se deixa conduzir do que conduz a sua própria história, de tal forma que os acontecimentos afetam-na antes como maldição do destino que como o resultado de sua omissão.
Ora irônico, ora patético, Pacífico Brasileiro de Souza, o personagem-narrador é um típico brasileiro dessa classe média que, a exemplo de tantos outros no mesmo período, se viu injustamente perseguido pela Ditadura Militar que se instalou em 1.964. Para preservar a própria vida, viu-se obrigado a entrar na clandestinidade e, não logrando se exilar no exterior, foi obrigado a amargar o exílio aqui, na própria pátria.
Com a anistia, pôde retornar publicamente à vida civil. No entanto, tantas e tais foram as mudanças ocorridas, no país e na sua própria vida interior, que foi necessária uma longa e dolorosa adaptação.
Por conta das ambiguidades éticas e políticas da classe média a que pertence, Pacífico vive paixões fortes e ambíguas, como o amor juvenil por Margarida, o cômodo amor ocasional por Marília, o amor conveniente por uma jovem bonita afeita à maconha. Também é ambígua sua situação de pai de filho que só foi conhecer depois de adulto para, na realidade, ver o seu primeiro neto. Por fim, é igualmente ambíguo seu relacionamento com sua enteada Valéria, relacionamento que levou o autor a escrever um romance infanto-juvenil, Amor, complicado amor!, para aprofundar a análise da convivência de padrasto e enteada adolescente.
Enfim, um romance ambíguo em tudo, nos capítulos propositadamente curtos e quase independentes, na linguagem quase cifrada e poética. Porém, um romance forte na mensagem e na impiedosa análise da sociedade brasileira.
Ora irônico, ora patético, Pacífico Brasileiro de Souza, o personagem-narrador é um típico brasileiro dessa classe média que, a exemplo de tantos outros no mesmo período, se viu injustamente perseguido pela Ditadura Militar que se instalou em 1.964. Para preservar a própria vida, viu-se obrigado a entrar na clandestinidade e, não logrando se exilar no exterior, foi obrigado a amargar o exílio aqui, na própria pátria.
Com a anistia, pôde retornar publicamente à vida civil. No entanto, tantas e tais foram as mudanças ocorridas, no país e na sua própria vida interior, que foi necessária uma longa e dolorosa adaptação.
Por conta das ambiguidades éticas e políticas da classe média a que pertence, Pacífico vive paixões fortes e ambíguas, como o amor juvenil por Margarida, o cômodo amor ocasional por Marília, o amor conveniente por uma jovem bonita afeita à maconha. Também é ambígua sua situação de pai de filho que só foi conhecer depois de adulto para, na realidade, ver o seu primeiro neto. Por fim, é igualmente ambíguo seu relacionamento com sua enteada Valéria, relacionamento que levou o autor a escrever um romance infanto-juvenil, Amor, complicado amor!, para aprofundar a análise da convivência de padrasto e enteada adolescente.
Enfim, um romance ambíguo em tudo, nos capítulos propositadamente curtos e quase independentes, na linguagem quase cifrada e poética. Porém, um romance forte na mensagem e na impiedosa análise da sociedade brasileira.