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    Poemas da Gente

    Por Fernando Vaz

    Sobre

    O Golpe de Estado de 1.964 e seus desdobramentos tornaram o Brasil num país binário, dividido entre dois extremos, os apoiadores da Redentora, como era denominada a dita Revolução de 64, e os subversivos. Na segunda categoria, se enquadravam todos aqueles que não marchavam de acordo com a ordem unida emanada do quartel general instalado no Palácio do Planalto, em Brasília. Essa fissura atingiu todas as manifestações sociais. Lógico, a literatura como um todo, e a poesia em particular, não ficaram de fora.
    Ora, como o poeta se manifesta de qualquer maneira, em qualquer lugar e em qualquer circunstância, a poesia também se tornou um reflexo desse momento histórico e também se manifestava em duas vertentes opostas entre si. Uma excessivamente formal, que substituía os temas vitais por meras discussões de forma, e outra que se tornou a manifestação do inconformismo, da inaceitabilidade da fissura social estabelecida. Enfim, se era possível censurar a imprensa escrita, falada e televisada, se era possível censurar as cátedras e demais manifestações docentes, se era possível censurar o mercado editorial, não se lograva censurar a manifestação poética em seu estado puro que é uma explosão incontrolável, sem peias nem medidas. E assim, durante o período mais acerbo da Ditadura Militar, essa segunda vertente da poesia da época passou a ter um papel preponderante, porque se tornou numa das raras maneiras de os inconformados se expressarem. Surgiu, assim, uma poesia pública, centrada muito mais num nós que num eu poético. Uma poesia mais de conteúdo que de forma. E essa poesia conseguia algum trânsito na imprensa, no mundo editorial marginal e até na vida universitária.
    Embora se tenha tentado falar em poesia marginal ou poetas marginais, sob essa rubrica acabou se reunindo apenas aqueles que não encontravam espaço no pequeno mercado literário brasileiro, enquanto a poesia de contestação, a poesia de manifestação do inconformismo com o clima sócio-político estabelecido no Brasil a partir de 1.964 era algo bem diferente. Era uma manifestação mais política que artística, por isso era uma poesia de formas deficientes, mas conteúdo contundente. Uma poesia que fugia da linguagem acadêmica e tentava se expressar na língua do povo, pois o importante era tornar público o sangramento dos espíritos que o clima de guerra intestina estava provocando na vida cotidiana do cidadão comum.
    Poemas da Gente é uma coletânea de poesias desse tempo. O próprio título mostra seu caráter de poesia pública e a organização do livro (Primeira pessoa do singular, Você e ele: segunda pessoa e Encontro: primeira pessoa do plural) evidencia ainda mais esse aspecto; igualmente, a linguagem, português tipicamente brasileiro, que mistura a segunda e a terceira pessoas do singular, é também um indício do local e do tempo poético. Todos os poemas foram escritos entre 1.969 e 1.981 e todos foram publicados em jornais e revistas da época, da imprensa estabelecida ou alternativa. Também convém notar que a maioria dos poemas que compõem o livro foi premiada nos muitos concursos que eram comuns na época.
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