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    Sudário

    Por John Banville
    Existem 5 citações disponíveis para Sudário

    Sobre

    Axel Vander é um acadêmico europeu conhecido internacionalmente. Um dia recebe uma carta de uma jovem que deseja conversar sobre a sua obra. Os dois decidem marcar um encontro em Turim. Dono de um passado nebuloso, Vander se vê inquieto diante do convite, pois essa pesquisadora, Catherine Cleave, pode ter encontrado evidências de que ele, na verdade, é um impostor.


    Catherine é filha do ator Alexander Cleave, protagonista do romance Eclipse. Ela sofre de uma doença similar à esquizofrenia. Cass ouve vozes e se entrega obsessivamente a pesquisas acadêmicas, e durante suas investigações descobre algo sobre Vander. No entanto, em Turim, ela não o confronta e acaba se envolvendo com ele.


    O aclamado autor irlandês John Banville se inspirou na história do teórico literário Paul de Man (1919-1983). Professor na universidade de Yale, Man se tornou um teórico conhecido internacionalmente. Em 1984, descobriu-se que Man escreveu artigos antissemitas para um jornal colaboracionista durante a ocupação alemã na Bélgica. Diferente de Man, Vander corre o risco de ser exposto em vida.


    Ao se apropriar dessa história em Sudário, Banville a torna ainda mais complexa: Vander seria um homem que assumiu a identidade de um amigo morto em circunstâncias misteriosas. Assim ele deixa a Europa, após a Segunda Guerra Mundial e segue para a América, onde constrói sua bem-sucedida carreira acadêmica. O título do livro é uma referência ao Santo Sudário, mantido na Catedral de Turim. Assim como Vander, a relíquia é um objeto de veneração, mas não é autêntico.


    A trilogia formada por Eclipse, Sudário e Luz antiga, este último lançado pelo autor durante a Flip 2013, é narrada em primeira pessoa por homens enredados em suas próprias mentiras. Com maestria, o autor constrói monólogos envolventes e coloca o leitor diante de suas mais profundas fragilidades, desejos, angústias e medos.

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    Citações de Sudário

    O que sei eu? Menos hoje do que ontem. O tempo e a idade não trouxeram sabedoria, como deveriam fazer, mas confusão, e uma incompreensão mais abrangente, cada ano acumulando um novo anel de necedade.

    fizera descobertas, sabia de segredos. Ele escarneceu, e disse que o Sudário era uma fraude; disse que de fraudes entendia. Será que ela realmente acreditava que aquilo fosse a imagem do Cristo crucificado?

    Venha, minha garota fantasma, afofe meus travesseiros e sente aqui ao meu lado que vou lhe contar uma história, uma história em que acreditara não mais pensar até que você trouxesse tudo à tona novamente.

    objeto de minha verdadeira consideração não era ela, o ser amado, como dizem, mas eu mesmo, o ser que amava, por assim dizer. Não é sempre assim? Acaso o amor não é um espelho de ouro polido em que contemplamos nossos eus reluzentes? Ah, vejam

    “Ah, Axel”, disse, suavemente, “só uma pessoa incapaz de amar pode ser tão abnegada no amor.”

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