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    Um outro amor – Minha luta vol. 2

    Por Karl Ove Knausgård
    Existem 7 citações disponíveis para Um outro amor – Minha luta vol. 2

    Sobre

    O segundo volume da série Minha Luta, fenômeno de crítica e público que consagrou Karl Ove Knausgård internacionalmente, é acima de tudo uma bela história de amor.




    Com A morte do pai, Karl Ove Knausgård inaugurou o projeto monumental de seis romances autobiográficos que totalizam mais de 6 mil páginas e revelam os detalhes mais íntimos da vida do autor e de seus familiares. Se no primeiro volume da série acompanhamos sua infância e o processo destrutivo que levou seu pai a beber até a morte, na sequência, Um outro amor, Knausgård se debruça sobre o começo turbulento de seu segundo casamento e a descoberta da paternidade, conflituosa com suas ambições literárias.


    Logo depois de se separar da primeira mulher, Karl Ove deixa Oslo e se muda para Estocolmo, onde começa uma nova vida, experimentando a perspectiva do estrangeiro. Lá, ele cultiva uma amizade profunda e muitas vezes competitiva com Geir e persegue Linda, poeta que o conquistara anos antes durante um encontro de escritores.


    Uma conversa com amigos durante o jantar pode se estender por cem páginas; saltos no tempo e flashbacks demonstram o pleno domínio do autor, capaz de conciliar a narrativa de episódios pontuais com longas digressões que acompanham o tempo interno das personagens. Na construção narrativa de Knausgård, as fronteiras entre memória e invenção são diluídas a tal ponto que a sua própria vida é recriada e ressignificada. Entre questões existenciais e reflexões acerca do fazer literário, o que emerge ao fim desse romance honesto e profundo é a conturbada e bela história de amor de um homem por sua mulher e seus filhos. Knausgård parte de sua experiência individual para criar uma obra arrebatadora e universal.




    ?De tirar o fôlego, você não vai conseguir largar esse livro, e nem vai querer... De uma beleza impressionante? - The New York Times Book Review


    ?É notável a habilidade de Karl Ove de estar presente em sua própria existência, ao mesmo tempo que tem consciência dela. É como se a escrita e a vida estivessem correndo juntas. Ficamos completamente imersos. Vivemos a vida dele com ele.? - Zadie Smith para The New York Review of Books


    ?Extraordinário... de uma honestidade implacável. Cria espaço tanto para o lírico quanto para o prosaico, para o chocante e o banal.? - James Wood, New Statesman

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    Citações de Um outro amor – Minha luta vol. 2

    O que é uma obra de arte, senão o olhar de uma outra pessoa? Não um olhar acima de nós, tampouco um olhar abaixo de nós, mas um olhar exatamente na mesma altura do nosso. A arte não pode ser experimentada na coletividade, ninguém é capaz de uma coisa dessas, a arte é aquilo com que você fica sozinho. Encontramos esse outro olhar sozinhos.

    Pode-se dizer muita coisa a respeito da nossa autoimagem, mas o certo é que não se forma nos frios salões da razão. Os pensamentos são capazes de entendê-la, mas não há força capaz de governá-la. Nossa autoimagem diz respeito não apenas a quem somos, mas também a quem gostaríamos de ser, poderíamos ser, uma vez fomos. Para a autoimagem não existe diferença entre o real e o hipotético. Nela se encontram todas as idades, todos os sentimentos, todos os impulsos.

    A vida que eu vivia não era minha. Eu tentava fazer com que se tornasse minha, essa era a minha luta, porque eu queria, mas não conseguia, o anseio por outras coisas frustrava completamente tudo o que eu fazia.

    Não é verdade portanto que nascemos iguais, e a ideia de que as exigências da vida acabam por deixar as nossas vidas diferentes é na verdade o contrário, nascemos desiguais e as exigências da vida deixam as nossas vidas mais iguais.

    a literatura não se resume às palavras, a literatura é aquilo que as palavras despertam em quem lê.

    Nos últimos anos eu tinha cada vez mais perdido a fé na literatura. Eu lia e pensava, isso tudo foi inventado. Talvez fosse porque estivéssemos completamente rodeados por ficções e narrativas. Aquilo tinha inflacionado. Não importava para onde olhássemos, sempre encontrávamos ficção. Todos esses milhões de livros pocket, livros em capa dura, filmes em DVD e séries de televisão, tudo dizia respeito a pessoas inventadas num mundo verossímil, mas também inventado. E as notícias do jornal e as notícias da televisão e as notícias do rádio tinham exatamente o mesmo formato, os documentários tinham o mesmo formato, também eram narrativas, e assim não fazia diferença nenhuma se a narrativa que contavam tivesse acontecido de verdade ou não. Havia uma crise, eu sentia em cada parte do meu corpo, algo saturado, como banha de porco, se espalhava em nossa consciência, porque o cerne de toda essa ficção, verdadeiro ou não, era a semelhança, e o fato de que a distância mantida em relação à realidade era constante. Ou seja, a consciência via sempre o mesmo. E esse mesmo, que era o mundo, estava sendo produzido em série. O único, sobre o qual todos falavam, era assim cancelado, não existia, era uma mentira. Viver nessa situação, com a consciência de que tudo poderia muito bem ser de outra forma, era desesperador. Eu não poderia escrever no interior disso, não havia como, cada frase defrontava-se com o pensamento: isso tudo não passa de invenção sua. Não tem valor nenhum. O inventado não tem valor nenhum, o documental não tem valor nenhum. A única coisa que para mim ainda tinha valor, que ainda era repleta de significado, eram diários e ensaios, a literatura que não dizia respeito à narrativa, não versava sobre nada, mas consistia apenas em uma voz, uma voz única e pessoal, uma vida, um rosto, um olhar que se podia encontrar. O que é uma obra de arte, senão o olhar de uma outra pessoa? Não um olhar acima de nós, tampouco um olhar abaixo de nós, mas um olhar exatamente na

    Mesmo assim, havia o sagrado. A carne e o sangue. Tudo o que se transforma e permanece o mesmo.

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