"O Desembargador Osório Pereira de Góis dava o seu dedo de con¬versa na roda que todas as tardes costumavam fazer na Botica da Feira Nova. Ali falavam sobre tudo e sobre todos, jogavam gamão e fumavam o cigarro do café do jantar.
A Fortaleza não tinha aristocracia, nem classes, e não sei se hoje tem; por modos que a florescente cidade poderia comparar-se a um or-ganismo em formação, a uma semente fermentando, onde só o olho do sábio divisa o que terá de ser caule, folha, raiz.
Conquanto homem de observação, era o Dr. Osório corredio em leis feitas e contrafeitas pelos homens, trovejando contra esse nivelamento social da capital dos cearenses, que ele chamava o "Caos". Talvez ti¬vesse razão, se conhecesse bem o sentido daquela palavra.
Isto havia de provir do querer-se avaliar uma população ainda não caracterizada, tomando por termo de comparação a civilização de ultra-mar, demorado produto de séculos sobre séculos.(...)"
A Fortaleza não tinha aristocracia, nem classes, e não sei se hoje tem; por modos que a florescente cidade poderia comparar-se a um or-ganismo em formação, a uma semente fermentando, onde só o olho do sábio divisa o que terá de ser caule, folha, raiz.
Conquanto homem de observação, era o Dr. Osório corredio em leis feitas e contrafeitas pelos homens, trovejando contra esse nivelamento social da capital dos cearenses, que ele chamava o "Caos". Talvez ti¬vesse razão, se conhecesse bem o sentido daquela palavra.
Isto havia de provir do querer-se avaliar uma população ainda não caracterizada, tomando por termo de comparação a civilização de ultra-mar, demorado produto de séculos sobre séculos.(...)"